"[...] expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade que chovia - peneirava - uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, [...]" (Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, 2010)

terça-feira, 13 de julho de 2010

White Winter Hymnal - Fleet Foxes

Gente, um pouco mais dos Fleet Foxes!!!!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

???

Autopiscicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, ao entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

(Fernando Pessoa)

domingo, 11 de julho de 2010

Ascensão

(Algumas coisas, só juntinhas. O poema abaixo deve ser acompanhado pela canção do Fleet Foxes. Aproveitem a conheçam esse maravilhoso grupo de Seattle)


Estou no alto da montanha
Quem disse que seria fácil?
Os dedos quase congelaram
mas sempre estiveram amparados quando juntinhos


Do alto, tudo é muito pequeno
Quem disse que era diferente?
Para dormir aqueci-me na sombra do dorso seu
e dizia pra mim mesmo as coisas que queira que você ouvisse


Agora, a descida é ainda mais íngrime
E quem disse que não quero descer?
O caminho tortuoso que elevou é a mesma trilha que purificará
Sempre... sempre acreditei na ascensão da descida.

Arremesse

"As vidas e as afeições, os afetos, os amores... quanto mais tiverem durado, mais perto estão de deixar de durar". (José Saramago, Língua: Vidas em Português, 2000).


Livre-se da carranca, cara feia, desânimo.
Peso-morto, febre, pessimismo.
Sandálias velhas, podres, correia solta.
Salte o lixo, desamados, mal-amados.

Enfureça-se com o disse-me-disse. Maltrate as idiotices.
Vulgaridade, escárnio, cajestices.
Roupa usada, tempo passado, pretérito perfeito.
Chute o vício, não se esmoreça com quadros bonitos na parede.

Apronte-se! Armadura da verdade.
Fadiga, desesperança, infidelidade.
Arremessa com toda sua força, contra o coração da inveja, a lança sem ponta!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Conduza-me...

Não falta muito...


Imagine as mãos dadas.
Divida seu sorriso comigo.
Esqueça tudo.

Acredito em você.
Sinta meu perfume.
Deixe que te lembre das promessas.

Beijos vão calar o casal.
O tempo vai parar
pra nos ver passar abraçados.


Conduza-me...





Bon Appétit

Tenho alguns bons colegas, muito pouco bons amigos, mas, indiferente ao grau de intimidade e confiança que caracteriza este como colega e aquele como amigo, todos com quem ouso sentar, beber e conversar atualmente são exatamente aqueles com quem deveria estar.
Esses colegas e amigos tem me surpreendido. Antes de conversarmos, sentamos; e quando conversamos, bebemos - quase sempre. A novidade ocorre quando, cumprindo esse ritual, almoçamos também juntos. Como convidado é maravilhoso sentar à mesa, satisfazer-se, por exemplo, com um maravilhoso molho e dividir as ótimas experiências que a vida nos permite. Neste caso, pouco importa se as concepções deles são contrárias às suas, importa mesmo estar perto, aprender e duvidar!
De boas safras experimentamos bons vinhos, conversar por horas com quem gostamos de estar é coisa semelhante. Adoro também andar acompanhado no frio deste período junino porque considero que o agasalho da alma são nossas conversas sobre quase tudo.
Acredito sinceramente que todos com quem estive nos últimos dias nem imaginam o quanto tudo isso é importante para mim. Talvez, por sinal, tudo isso corrompa algumas idéias comuns e nos empurre para observações menores ou, simplesmente, incompreensões. Determinar, marcar, exigir não são as melhores formas para conquistar uma companhia e aproximar alegrias comuns.
Apesar de amigos, diferentes. Então, mais um pouco de molho, "qual é sua opinião?"...

domingo, 18 de abril de 2010

Ela não vem

Dias sem fim sempre são mais quentes ou mais frios.
Nunca alegres, amenos, suaves.
Inconsolável ronda as janelas espreitando.
Espera e esconde-se do jamais. Não adianta.
Assim vulto, vento que balança sem fúria metros de panos na vertical,
contorce-se de ânsia e dúvida.
Não há mais espaço desconhecido, sala sem apresentação,
brisa nova trazendo visita à sem-graça vida.
A impaciência obriga, carrega e joga sobre o sofá o pálido corpo,
que se estende por meio minuto e põe-se de pé novamente.
Eriçado volta à maratona de curvas e obstáculos instintivamente contornados.
Nada vê.
As horas não passam.
Os ponteiros estão amarrados.
Os vícios pungem...
Luta interna é guerra perdida.
Você perdeu. Ela não vem. Você não aceita. Ela nem sabe.


(Abraão Alves)

sábado, 17 de abril de 2010

Amar


Que pode uma criatura senão,
senão entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesmo de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito,e a sede infinita.


(Carlos Drummond de Andrade)

domingo, 11 de abril de 2010

Escola da Vida


Aprendemos formalmente em escolas, institutos e universidades. Mas, aprendemos mesmo é na sala de aula chamada vida. Seu melhor amigo é um ótimo professor. Sua vizinha, também. Seus pais, seu irmão são também ótimos professores. São eles que melhor nos ensinam as disciplinas amor, amizade, companheirismo, respeito, carinho. Entre tantas outras de mesmo fim, mas de meios diferentes.

Nossos amigos são especiais porque ensinam pegando-nos pela mão, abraçando e confortando-nos com sábias palavras (ou indiscutíveis períodos de silêncio). Tem também aqules que na ausência das mãos e boca menor apenas nos lambem - é meio nojento, mas às vezes serve. Os melhores métodos educacionais, as melhores estratégias de gestão e as mais eficientes práticas laborativas nasceram, muitas vezes até inconscientemente, dessas disciplinas. Isso ocorre porque a metodologia é multidisciplinar e essencialmente prática. Basta ver que aprendemos com mais de um amigo, com mais de um irmão (não precisa ser de sangue).

Veja você mesmo ao ir à praça, ao bar, em seu trabalho, em sua casa. Amigos sentam-se próximos uns dos outros depois do expediente, antes de pedirem a pizza, no momento de brindarem a presença de cada um deles na velha choperia da época da faculdade. Se a ocasião não exigir o ombro para dividirem a dor, darão lindas e espaçosas risadas lembrando os velhos tempos, dos amores efêmeros ou dos filhos que deram, inseguros, os primeiros passos.

Esse professores pertencem a uma rede de relacionamentos que garante infinita fonte de pesquisa. É a maior biblioteca do universo. Amigos de amigos de nossos amigos compõem essa rede. Devemos aproveitar sempre. Então, vamos à aula.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Enxergue-se


O que você carrega nos bolsos? Chaves velhas, cigarros e algumas moedas?

Essa tralha diz quem você é. E pode delatar o que, esse descuidado dentro de você, não queria ser. Se disfaçar vale, finja pensar enquanto fuma um cigarro e brinca com as moedas valendo-se da força da gravidade. Parceiro, acorde: você não é calça e sua cabeça não é bolso. O que há dentro de você tem funcionalidade e valor maiores que moedas, cigarros e chaves.

A vida e você são mais que o mínimo que se pode conquistar. Caminhe alguns passos em sua direção. Agora, pare. O que vê? Se continuar turvo, tome coragem e dê mais passos até se enxergar no espelho da vida, da sua vida. Ele reflete você, é claro, mais quem quiser que ele reflita, os que são alguém e os que nada são, nem eles mesmos. Contudo, mantenha o foco. Você é o foco!

O que conquistamos deve ser o real da metáfora com chaves, cigarros e moedas. Particulares ou coletivas devem estar além do uso banal e nunca confunda com roupas ou carros porque nem sempre elas são físicas, apesar de passíveis de mensuração. Ou não, como o lindo sorriso de quem amamos, tão intenso e radiante que custamos crer tanta riqueza naqueles poucos centímetros de boca e dentes, mas de valor infinitamente maior que carros e roupas.

Olhe com o coração para encontrar refletida as suas riquezas (que são maiores e mais importantes que cigarros e moedas). Olhe mais fundo e veja-se parte delas. Caso não se enxergue, duas possibilidades: ou você já está cego ou ainda não encontrou o seu espelho. Torça pelo segundo e mire o horizonte. E se enxergar pelo retrovisor vale? Vale, mas não esqueça os pontos cegos!

sábado, 27 de março de 2010

Perdão


Falei alto com você? Disse o que não deveria? Fiz o que não era pra ser feito? Ofendi? Desculpe. Caso eu tenha exagerado, se fiz antes o que deveria ser feito depois, me perdoe. Não pedi desculpas antes? Nunca chego no horário? Estou aqui para me desculpar.


Estou de teu lado e quero pedir desculpas por todas as vezes que errei e não olhei pra você antes que virasse o rosto ou desligasse o telefone com a nítida razão de estar muito chateada comigo. Se eu estiver longe, não tem importância, estou pedindo as mesmas desculpas, de ontem e de hoje.


Saiba que se não percebi meu erro antes, fui grosso, mal-educado e insensível com você, mas agora, mesmo não lembrando de todas as grosserias, peço que me perdoe. Caso eu tenha percebido minha arrogância em seu exato momento e minha boca tenha lhe pedido desculpas nessa hora, peço desculpas mais uma vez.


Acho que é muito pouco pedir desculpas, por isso, quero te abraçar agora. Abrace-me também. Mesmo que esteja com muita raiva não se esquive. Abrace-me e sinta meu coração. Sente? É ele quem pede perdão. Está triste há dias... desde que percebeu o quão foi inconsequente. Mas só foi malcriado até perceber que não há razão pra bico e cara-virada quando uma palavra sincera pode colocar as coisas no lugar.


Meu coração agora está falando com o seu. Está pedindo desculpas. Eles têm uma linguagem própria e se entenderão muito bem. Então, não se envolva, deixe que eles se entendam.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Cegos


Voltaram à mídia, de todos os tipos, escândalos envolvendo membros da ingreja católica. Nunca, nem na mais tenra idade, esses covardes que se protegem na cegueira beata de católicos e simpatizantes sem cérebro (mas com cara de pau) me convenceram.

Sempre me achei diferente dos outros colegas quando o assunto era religião. Naquela época, nunca estive realmente convencido da austeridade católica, apesar de ter passado toda minha infância no seio dessa igreja. Sempre suspeitava que o passado estava mal contado e que tudo aquilo de bom e devotado à igreja ou era papo pra gente sem muita capacidade crítica ou resultado da hipocrisia instalada desde os primórdios da igreja. Passados alguns anos, graças a Deus, tive o privilégio de conhecer outras pessoas que pensavam iguaiszinhas a mim e, felizmente, a mais tempo e de forma sistemática. De modo que, não foi difícil descobrir que a igreja católica sempre foi muito boa em esconder acordos interesseiros, promessas sem contrato assinado e salvação com cartas marcadas e de altíssimos valores (financeiros).

Ela, contudo, foi péssima em suas expectativas, respostas e argumentos. Imagine, jurou de pé junto que a terra era quadrada e prometeu queimar quem discordasse dessa e outras respostas sem-pé-nem-cabeça. Infelizmente, muitos não escaparam de seu julgamento e resultaram em churrasco. A camisinha também não faz parte do pacote, nem que pra isso milhares morram na sofrida África, Ásia e América. Filhos, sim, estão no balaio com sermões pós-missa, vide o caso Fernando Hugo (presidente paraguaio).

Entretanto, me parece, nada é mais chocante que a pedofilia pelos servos de Deus. Os escândalos, da era pós-moderna, explodiram nos Estados Unidos, passearam em nosso quintal e invadriam nossa casa até chegarem à Europa, onde chamuscaram a imagem do papa. O que me envergonha também é poder fazer muito pouco porque a massificação cegou muita gente e esses f.d.p estão protegidos pela vista-grossa das autoridades (aquela história de hipocrisia instalada) e pela fala mansa, serena de Sua Santidade, o Papa. Sua! Eu não sigo cegos.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Encontro Marcado


Amanhã, depois das dez, tenho um encontro comigo mesmo. Dessa vez não vou esperar que todos durmam ou saiam. Eu, por iniciativa própria (mas com exagerada influência de livros e outros instrumentos libertadores), vou me dedicar a mim mesmo. Vou ler um livro com tema e autor(a) interessantes, ouvir uma música que adoro, asssistir ao filme que é lançamento ou rever, pela vigésima vez, aquele que tanto adoro; talvez, simplesmente, sentar e olhar o horizonte.

Desejo, com siceridade, que faça o mesmo. Exercite sua individualidade. Mulher, esposo, filhos, pais, irmãos, sogras, gatos e cachorros devem estar, nesse momento, em outro plano: o 2º. Não se preocupe se você vai apenas andar sozinho, falar sozinho ou rir sozinho. Ou se vai fazer coisas que acha mais banais ainda; contudo, que faça com e para você mesmo. E de preferência sozinho. Seus amigos e amigas? Filhos? Ora, você esteve com eles meia ora antes, esteve ontem o dia todo; trabalhou com eles por mais de 8 horas hoje; se divertiu a bessa com eles ontem à noite. Por isso, não se preocupe, eles deverão ser compreensíveis - ainda que rolem pelo chão de tanto rir depois te verem andando, falando e rindo sozinho, se for o caso.
Não se acovarde, envergonhe-se ou invente desculpas para fazer aquilo que tornará você, ainda mais, você mesmo. Isso pode parecer estranho, mas é que hoje somos cada vez mais os outros: família, amigos, trabalho, etc e tal. Se jantamos, devemos jantar juntos (da televisão). Se trabalhamos, tropeçamos em outros funcionários da repartição. Se estamos tomando uma, olha a turma de amigos pra rir conosco (e ajudar a pagar a conta, é claro).
Além do mais, você vai continuar acompanhado... por você mesmo! Daí, aproveite e apresente-se novamente a você mesmo, caso esteja a muito tempo sem te ver. Conte das coisas que desejou e não consegui, das coisas que não desejou, mas lhe levaram o último centavo do bolso. Fale das apreensões, expectativas de vida, no amor, no trabalho (siga essa ordem!). Conte a você mesmo que quer estreitar ainda mais sua relação com você mesmo. Determine metas e peça a você mesmo que o encoraje à conquista de cada uma delas. Chore, caso sinta vontade, mas não tenha vergonha de pedir um abraço a você mesmo.
Agora, levante-se. Porque seu melhor amigo, você mesmo, precisa se recolher e você deve voltar para vida de papéis, contas pra pagar, filhos com dever de casa e mulher, como sempre, atrasada.

domingo, 14 de março de 2010

Seu Jeito



Não canso de ouvir a canção My Way (Meu Jeito), interpretada pelo incrível Frank Sinatra (1915-1998). Sinatra encantou o mundo com seus belos olhos azuis e pela voz maravilhosa. Infelizmente, muitos ainda não conhecem o velho Blue Eyes, como ficou mundialmente conhecido Francis Albert Sinatra. E se você tem menos de 50 anos é pouco provável que conheça na voz de Sinatra a canção My Way (Claude Francois, Jacques Revaux e Paul Anka).

My Way é um testamento de vida. Não o testamento como ato jurídico, mas para si mesmo - e a quem interessar possa. Essa canção é a carapuça que cabe perfeitamente a quem vive. Eu disse: "a quem vive"! Não se inclua se você apenas passa pela vida. Quem vive planeja cada caminho do mapa, cada passo, cuidadosamente. Quem vive faz o que tinha que fazer, apesar de alguns arrependimentos.

Frank Sinatra foi também ator e teve uma vida intensa: casou-se quatro vezes - é pai de três filhos, atuou em dezenas de filmes, teve seu próprio show de Tv e se lançou, com muito sucesso, em diversos duetos. Por isso, a canção parece ter caído como uma luva neste que foi um dos maiores intérpretes da música americana do século passado.

Mas não se engane! Cabe a ele não porque, pela idade, o ator-cantor tenha vivido tão intensamente e tantas coisas ao longo de sua vida. Idade não tem nada a ver com isso. Viver, sim. Porque quem vive ama, ri e chora do seu jeito. Por isso, levante-se e aproveite as oportunidades; caso elas não apareçam, ache um jeito de criá-las... do seu jeito. Torne cada momento de sua vida motivo para boas risadas, conselhos e orgulho mais tarde.

Acredito que My Way é esse recado na forma de desabafo, confissão e desafio (para você!). Essa celebração de vida é o testemunho de que acertando e errando algo deve ser feito para nos orgulharmos em seguida. O ditado, reinterpretado, também é verdadeiro: não espere para fazer amanhã o que pode ser feito hoje, mas nuca se esqueça de fazer mais do que isso... faça do seu jeito.

Frank Sinatra

My Way (Claude Francois, Jacques Revaux, Paul Anka)

And now the end is near
And so I face the final curtain
My friend, I'll say it clear
I'll state my case of which I'm certain
I've lived a life that's full
I traveled each and everey highway
And more, much more than this
I did it my way

Regrets, I've had a few
But then again, too few to mention
I did what I had to do
And saw it through without exemption
I've planned each charted course
Each careful step along the byway
And more, much more than this
I did it my way

Yes there were times, I'm sure you knew
When I bit off more than I could chew
But through it all when there was doubt
I ate it up and spit it out
I faced it all and I stood tall
And I did it my way

I've loved, I've laughed and cried
I've had my fill, my share of losing
And now as tears subside
I find it tall so amusing
To think I did all that
And may I say, not in shy way
Oh no, Oh no, not me
I did it my way

For what is a man, what has he got?
If not himself, than he has naught
To say the things he truly feels
And not the words of one who kneels
The record shows, I took the blows
And I did it my way

My Way (http://www.youtube.com/watch?=-vNFbSVIS2I)

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Esforço vale à pena?


Depende.

Às vezes, sim - evidentemente, às vezes, não.

Caso você esteja pensando no(s) esforço(s) para conquistar alguém, só vai descobrir se vale ou não à pena com o tempo. Ele, o tempo, aliás, é o principal mecanismo catalisador à resposta que tanto se espera. Mas, como saber, no imediato momento de realizado o esforço, se valeu, ou não, à pena?

Há casos mais que especiais nos quais facilmente se observa que tudo valeu à pena. Um deles, privilégio de muitas, mas não de todas, é o parto de um(a) filho(a). Não é atrevimento dizer que esse esforço vale mesmo à pena porque o sorriso das mães entrega de bandeja a resposta, não é mesmo? Os aplausos e a apreensão de um estádio inteiro também denunciam que foi feito o melhor de si naquele momento. É só lembrar do episódio olímpico da maratonista suiça Gabriele Andersen Scheiss (foto), que em 1984, nas Olimpíadas de Los Angeles, em decorrência do calor e da exaustão teve parte de seu corpo paralisado e chegou ao final da maratona amparada nos braços da equipe médica. Aqui também ninguém se atreve a dizer que o esforço não valeu à pena. A "vitória" de Gabriele ofuscou a vitória da "vencedora". Que neste caso, poucos lembram e muito pouco importa.
Contudo, se algum desses não for o seu caso (como também não é o meu!), contente-se com a
diginidade de ter feito o melhor. Vale à pena quando a alma sinaliza satisfação, realização. Essa sensação pode vir através do sorriso e agradecimentos daqueles a quem você direcionou tamanho esforço, mas, principalmente, de seu suor, de suas lágrimas e seu sorriso. Feito isso, não se preocupe, porque, ao final, será sempre certo que "tudo vale à pena quando a alma não é pequena" (Fernando Pessoa), pois a chave para a satisfação está no esforço dedicado no processo e não, necessariamente e exclusivamente, no resultado.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Post de Apresentação

Estou muito feliz que este espaço tenha finalmente se tornado real.
Foram muitos dias até sua concretização porque precisava estar plenamente satisfeito com o que estava pensando, lendo e produzindo.
De modo que, hoje, posso enfim torná-lo aberto a todos aqueles que se interessam pela arte literária.

Felicidades a todos!