Depende.
Às vezes, sim - evidentemente, às vezes, não.
Caso você esteja pensando no(s) esforço(s) para conquistar alguém, só vai descobrir se vale ou não à pena com o tempo. Ele, o tempo, aliás, é o principal mecanismo catalisador à resposta que tanto se espera. Mas, como saber, no imediato momento de realizado o esforço, se valeu, ou não, à pena?
Há casos mais que especiais nos quais facilmente se observa que tudo valeu à pena. Um deles, privilégio de muitas, mas não de todas, é o parto de um(a) filho(a). Não é atrevimento dizer que esse esforço vale mesmo à pena porque o sorriso das mães entrega de bandeja a resposta, não é mesmo? Os aplausos e a apreensão de um estádio inteiro também denunciam que foi feito o melhor de si naquele momento. É só lembrar do episódio olímpico da maratonista suiça Gabriele Andersen Scheiss (foto), que em 1984, nas Olimpíadas de Los Angeles, em decorrência do calor e da exaustão teve parte de seu corpo paralisado e chegou ao final da maratona amparada nos braços da equipe médica. Aqui também ninguém se atreve a dizer que o esforço não valeu à pena. A "vitória" de Gabriele ofuscou a vitória da "vencedora". Que neste caso, poucos lembram e muito pouco importa.
Contudo, se algum desses não for o seu caso (como também não é o meu!), contente-se com a
diginidade de ter feito o melhor. Vale à pena quando a alma sinaliza satisfação, realização. Essa sensação pode vir através do sorriso e agradecimentos daqueles a quem você direcionou tamanho esforço, mas, principalmente, de seu suor, de suas lágrimas e seu sorriso. Feito isso, não se preocupe, porque, ao final, será sempre certo que "tudo vale à pena quando a alma não é pequena" (Fernando Pessoa), pois a chave para a satisfação está no esforço dedicado no processo e não, necessariamente e exclusivamente, no resultado.